A Alemanha Depois da Primeira Guerra Mundial

A Alemanha foi o país vencido na guerra. A paz de Versalhes foi a paz dos vencedores. Basta olharmos para o mapa da Europa, depois da Primeira Guerra Mundial, para notarmos qua a Alemanha perdeu parte de seu território e o que sobrou foi cortado em dois por um novo Estado, a Polônia. Tudo isso foi somado ainda às péssimas condições em que ficou a economia, devido à própria guerra e, principalmente, por causa das pesadas dívidas que os alemães tiveram que pagar a França e para a Inglaterra.

O Nazismo como Solução para a Grande Burguesia

A miséria do povo aumentava cada vez mais e as greves e os motins se multiplicavam. Setores do operariado alemão, animados com a Revolução Russa e organizados pelo Partido Comunista Alemão, fizeram tentativas de tomar o poder, sendo, todavia, reprimidos violentamente pelo novo governo de Wcimar.

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A burguesia alemã temia, da mesma forma que a italiana, o estabelecimento do socialismo e, igualmente, exultou quando um ex-cabo austríaco do exército alemão, chamado Adolf Hitler, fundou um partido de extrema direita: o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, mais conhecido como Partido Nazista. Apesar desse nome pomposo, socialista dos trabalhadores, não era nem socialista nem dos trabalhadores. Era um partido antissocialista e defendia os interesses da burguesia alemã. Aos poucos, grandes nomes de indústrias alemãs, como Siemens e Krupp, foram se ligando ao nazismo através de financiamentos de atividades terroristas.

Uma das táticas utilizadas pelos membros do Partido Nazista era a violência, usada contra os partidos de esquerda ligados aos trabalhadores. Atividades terroristas também eram uma das táticas do Partido Nazista, tanto que foram fundadas por um dos mais importantes membros, Ernest Rhoem, chamadas a uma espécie de força militar particular do partido. Essa entidade se especializava em raptar líderes sindicais e matá-los.

Além do terrorismo, o Partido Nazista passou a usar, sistematicamente, um programa muito bem preparado de propaganda de massas. O partido nazista começou a crescer, principalmente depois de 1923, quando a França tomou a região do Rhur (região onde se concentravam as principais indústrias alemãs) para obrigar a Alemanha a pagar o resto das dívidas de guerra. Esse fato provocou uma inflação na Alemanha como jamais foi vista: 1 dólar, em outubro de 1923, chegou a valer 8 bilhões de marcos. Diante dessa situação, cresceu a agitação operária. Com a agitação, Hitler tentou organizar um golpe de Estado, chamado o Putsh da Cervejaria, em novembro de 1923. O golpe não deu certo e Hitler foi preso. Na prisão, escreveu a bíblia do nazismo, Minha Luta (Min Kampf), onde aparecem todas as teses racistas e antissocialistas.

A Subida de Hitler ao Poder e o Estabelecimento da Ditadura

Em 1925, subiu ao poder como presidente da república, o antigo marechal da Primeira Guerra, Von Hindenburg. Com ele, parecia que a Alemanha começava a sair da crise. No entanto, a quebra da bolsa de Nova Iorque, em 1929, arrasou com a economia alemã. O medo do socialismo voltou à cabeça da burguesia, pois a Alemanha explodiu em novas greves e agitações operárias. Para a burguesia alemã só restava uma alternativa de salvar o capitalismo: a ditadura nazista.

O partido nazista conseguiu grandes vitórias nas eleições parlamentares de 1932, mas não conseguiu a maioria. Então, da mesma forma que o fascismo italiano, Hitler, escorado pelos grandes industriais, foi convidado pelo presidente Hindenburg a ocupar o cargo de Chanceler (primeiro-ministro). Mas ainda existia a democracia na Alemanha, sendo necessária uma boa desculpa para liquidá-la. Em abril de 1933, o prédio do parlamento pegou fogo (Reichstag) e os nazistas puseram a culpa no partido comunista (foram os próprios nazistas os responsáveis pelo incêndio). A partir daí se instalou a mais sangrenta ditadura da História. O decreto da ditadura permitia à polícia política (Gestapo) a invasão da casa de qualquer pessoa sem ordem judicial e a escuta telefônica, acabando com a liberdade individual.

A Consolidação da Ditadura Nazista

O regime ditatorial nazista era um regime antipopular e somente as altas camadas da burguesia alemã usufruíam plenamente um momento de glória. Mas, como conseguir apoio popular para garantir a estabilidade?

Hitler sabia que para isso era preciso usar dois caminhos simultâneos: o da violência e o da propaganda.

O da violência consistia, entre outras coisas, em acabar com todo e qualquer elemento que pudesse ser um líder, em esmagar qualquer elemento que pensasse, pois poderia representar um perigo para o nazismo, em trucidar todos os elementos de esquerda que tivessem qualquer vínculo com os movimentos operários, em perseguir os judeus, que se transformaram num bode expiatório para desviar a atenção do povo.

Onde Hitler arrumava tanta gente para essas práticas? Hitler sabia que podia dar emprego a muitos desempregados, formando polícias especiais como as S.A. e as S.S. Sabia também que os pequenos proprietários, funcionários do comércio e pequenos funcionários públicos temiam o comunismo como o diabo teme a cruz e, por isso, apelava para esses elementos, que engrossavam as fileiras das S.S.. e das S.A.

O caminho da propaganda era tão importante quanto o da violência. Assim, Hitler confiou o papel de ministro do Reich para a educado do povo e propaganda a Josef Goebbels que se ocupara em conseguir o apoio necessário do povo ao regime nazista. Goebbels, muito habilmente, utilizava-se de uma série de símbolos de origens socialistas e comunistas e, nos discursos, atacava os capitalistas (no entanto, apoiava-se totalmente nos grandes industriais). Goebbels também idealizou grandes festas, desfiles com bandeiras e estandartes, grandes comícios e concentrações populares e distribuiu, demagogicamente, a chamada sopa dos pobres.

Hitler, ao sentir-se consolidado no poder, começou a pôr em prática a sua política de recuperação da economia alemã. Essa recuperação era feita totalmente voltada para a indústria bélica, da qual o maior consumidor era o próprio Estado alemão que se preparava para a guerra. Com total apoio das altas classes começou uma política agressiva e de expansão às custas dos pequenos estados europeus. Isso poderia compensar a falta de colônias da Alemanha. Mas sua principal inimiga era a União Soviética, pois, além de ser comunista, era habitada por raças inferiores (segundo Hitler e seus asseclas) de eslavos, razão pela qual não tinha direito de ser nação, mas de ser colônia da Alemanha.







Hitler e os grandes industriais promoveram a remilitarização rápida da Alemanha em total desrespeito ao Tratado de Versalhes, sem que a França ou a Inglaterra tomassem a menor atitude para impedir tal fato. O mundo caminhava para a Segunda Guerra Mundial.








Atualizado em: 04/07/2023 na categoria: História Geral