Exercícios – Barroco e Arcadismo

Veja alguns exercícios de Barroco e Arcadismo e treine seus conhecimentos em literatura.

1. (UFV/99) Leia o soneto a seguir, de autoria de Gregório de Mattos:

Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado,

Da vossa piedade me despido,
Porque quanto mais tenho delinquido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.

Se basta a vos irar tanto pecado,
A abrandar-vos sobeja um só gemido,
Que a mesma culpa, que vos há ofendido,
Vos tem para o perdão lisonjeado.

Se uma ovelha perdida, e já cobrada
Glória tal e prazer tão repentino
vos deu, como afirmais na Sacra História:

Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada,
Cobrai-a, e não queiras, Pastor divino,
Perder na vossa ovelha a vossa glória.

(Cf. DIMAS, Antônio. “Seleção de textos, notas, estudos biográficos, histórico e crítico.” 2. ed. São Paulo: Nova Cultural, 1988. p.141s)

Assinale a alternativa INCORRETA:

a) No jogo de antíteses, o poeta vê-se como culpado, mas também ovelha indispensável ao Pastor Divino.

b) O argumento do poeta, arrependido, constrói-se pelo jogo de ideias, ou seja, o cultismo.

c) O poeta recorre ao texto bíblico para justificar, perante Deus, a necessidade de ser perdoado.

d) Segundo o poeta, o perdão de sua culpa favorecia a ambos: tanto ao culpado, quanto ao Pastor Divino.







e) O poeta busca, em sua linguagem dualista, conciliar, poeticamente, fé e razão.

2. (UEL/99) Ao lado dos versos críticos e contundentes, em geral dirigidos contra os poderosos e os oportunistas, há os versos líricos, tocados pelo sentimento amoroso ou pela devoção cristã. Num e noutro casos, apuravam-se o engenho verbal, as construções paralelísticas, o emprego de antíteses e hipérboles, por vezes inspirando-se diretamente em versos ou fórmulas dos espanhóis Gôngora e Quevedo – mestres desse estilo.







O trecho anterior está-se referindo à obra poética de:

a) Cláudio Manuel da Costa.

b) Gregório de Matos.

c) Tomás Antônio Gonzaga.

d) José de Anchieta.







e) Bernardo Guimarães.

3. (UFV/99) Considere as afirmações que se seguem. Todas elas vinculam a poesia de Gregório de Matos aos princípios estéticos e ideológicos do Barroco brasileiro, EXCETO:







a) A vertente lírica da poética de Gregório de Matos cultuou o amor feito de pequenos afetos, da meiga ternura e dos torneios gentis, tendo como cenário o ambiente campestre e pastoril.

b) O “Boca do Inferno” insurgiu-se não só contra os desmandos administrativos e políticos da Bahia do século XVII, mas contra o próprio ser humano, que, na concepção do poeta, é por natureza corrupto e mau.

c) Os poemas religiosos de Gregório de Matos fundiram a contemplação da divindade, o complexo de culpa, o desejo de arrependimento e o horror de ser pó, sensações, enfim, frequentes no atormentado espírito barroco.

d) O significado social do Barroco brasileiro foi marcante, uma vez que a poesia de Gregório de Matos revestiu-se de alto sentido crítico aos vícios e violências da sociedade colonial.

e) A produção literária de Gregório de Matos dividiu-se entre a temática lírico-religiosa e uma visão crítica das mazelas sociais oriundas do processo de colonização no Brasil.

4. (FATEC/99)







“Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Lua se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.
Porém, se acaba o Sol, por que nascia?
Se é tão formosa a Luz, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?
Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.
Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.”

(Gregório de Matos)

5. (UFRS/96) Sobre a obra de Gregório de Matos é correto afirmar que:

a) Os vícios da colônia são criticados e as autoridades públicas são ridicularizadas.

b) Sua infância e sua família são temas recorrentes em seus poemas.

c) A escravidão é denunciada como instituição perversa e desnecessária.

d) O elogio da mulher amada está inserido em um quadro bucólico e pastoril.

e) O ideal de racionalidade resulta na sintaxe simples e na ordem direta das frases.







6. (PUC-MG/97) Relacione este trecho ao seu respectivo estilo, de acordo com as informações contidas nas alternativas a seguir:

“Que és terra, homem, e em terra hás de tornar-te,
Te lembra hoje Deus por sua igreja;
De pó te fez espelho, em que se veja
A vil matéria, de que quis formar-te.”

a) BARROCO:

O homem barroco é angustiado, vive entre religiosidade e paganismo, espírito e matéria, perdão e pecado. As obras refletem tal dualismo, permeado pela instabilidade das coisas.

b) ARCADISMO:

Em oposição ao Barroco, esse estilo procura atingir o ideal de simplicidade. Os árcades buscam na natureza o ideal de uma vida simples, bucólica, pastoril.

c) ROMANTISMO:

A arte romântica valoriza o folclórico, o nacional, que se manifesta pela exaltação da natureza pátria, pelo retorno ao passado histórico e pela criação do herói nacional.

d) PARNASIANISMO:

A poesia é descritiva, com exatidão e economia de imagens e metáforas.

e) MODERNISMO:

Original e polêmico, o nacionalismo nele se manifesta pela busca de uma língua brasileira e informal, pelas paródias e pela valorização do índio verdadeiramente brasileiro.







7. (UEL/99)

Sou pastor; não te nego; os meus montados
São esses, que aí vês; vivo contente
Ao trazer entre a relva florescente
A doce companhia do meu gado.

Nos versos anteriores, de Cláudio Manuel da Costa, exemplifica-se o seguinte traço da lírica arcádica:

a) Valorização das circunstâncias biográficas do poeta.

b) Imaginação delirante de paisagens exóticas.

c) Valorização das classes humildes, opostas às aristocráticas.

d) Representação da natureza amena e do sentimento bucólico.

e) Representação da natureza como espelho das fortes paixões.

8. (UFV/99) Considere as afirmações a respeito do Arcadismo brasileiro. Todas as alternativas estão corretas, EXCETO:

a) Foi o movimento literário que se desenvolveu no século XVIII, quando o “saber” assumiu uma importância fundamental.

b) Confirmou um dos princípios ideológicos do Iluminismo, por uma forte preocupação com a ciência e com o raciocínio.

c) Sob o ponto de vista literário reagiu contra o Barroco, retomando a simplicidade e o bucolismo dos clássicos.

d) Empreendeu uma minuciosa análise do personagem, revelando-nos claramente os traços de seu corpo e de sua alma.

e) Vivenciou uma expressiva transformação social, sendo fortemente marcado pelos ideais político-filosóficos do enciclopedismo francês.

9. (PUC-MG/97) Relacione este trecho ao seu respectivo estilo, de acordo com as informações contidas nas alternativas a seguir:

“Sou pastor, não te nego; os meus montados
São esses, que aí vês; vivo contente
Ao trazer entre a relva florescente
A doce companhia dos meus gados.”

a) BARROCO:

O homem barroco é angustiado, vive entre religiosidade e paganismo, espírito e matéria, perdão e pecado. As obras refletem tal dualismo, permeado pela instabilidade das coisas.

b) ARCADISMO:

Em oposição ao Barroco, esse estilo procura atingir o ideal de simplicidade. Os árcades buscam na natureza o ideal de uma vida simples, bucólica, pastoril.

c) ROMANTISMO:

A arte romântica valoriza o folclórico, o nacional, que se manifesta pela exaltação da natureza pátria, pelo retorno ao passado histórico e pela criação do herói nacional.

d) PARNASIANISMO:

A poesia é descritiva, com exatidão e economia de imagens e metáforas.

e) MODERNISMO:

Original e polêmico, o nacionalismo nele se manifesta pela busca de uma língua brasileira e informal, pelas paródias e pela valorização do índio verdadeiramente brasileiro.

Texto I

“Discreta e formosíssima Maria,
Enquanto estamos vendo claramente
Na vossa ardente vista o sol ardente,
e na rosada face a aurora fria;
Enquanto pois produz, enquanto cria
Essa esfera gentil, mina excelente
No cabelo o metal mais reluzente,
E na boca a mais fina pedraria.
Gozai, gozai da flor da formosura,
Antes que o frio da madura idade
Tronco deixe despido o que é verdura.
Que passado o zenith da mocidade,
Sem a noite encontrar da sepultura,
É cada dia ocaso da beldade.”

(Gregório de Matos)

Texto II

“Minha bela Marilia, tudo passa;
A sorte deste mundo é mal segura;
Se vem depois dos males a ventura,
Vem depois dos prazeres a desgraça.
Estão os mesmos deuses
Sujeitos ao poder do ímpio Fado:
Apolo já fugiu do Céu brilhante,
Já foi pastor de gado.
Ah! enquanto os Destinos impiedosos
Não voltam contra nós a face irada,
Façamos, sim façamos, doce amada,
Os nossos breves dias mais ditosos,
Um coração, que frouxo
A grata posse de seu bem difere,
A si, Marília, a si próprio rouba,
E a si próprio fere.
Ornemos nossas testas com as flores;
E façamos de feno um brando leito,
Prendamo-nos, Marília, em laço estreito,
Gozemos do prazer de sãos Amores.
Sobre as nossas cabeças,
Sem que o possam deter, o tempo corre;
E para nós o tempo, que se passa,
Também, Marília, morre.”

(Tomás Antônio Gonzaga)

10. (PUC-MG/97) O texto I é barroco; o texto II é arcádico. Comparando-os, é correto afirmar, EXCETO:

a) Os barrocos e árcades expressam sentimentos.

b) As construções sintáticas barrocas revelam um interior conturbado.

c) O desejo de viver o prazer é dirigido à amada nos dois textos.

d) Os árcades têm uma visão de mundo mais angustiada que os barrocos.

e) A fugacidade do tempo é temática comum aos dois estilos.

Depois de fazer estes exercícios de Barroco e Arcadismo, veja quais questões acertou:

GABARITO: 1- B, 2- B, 3 – A, 4 – A, 5 – A, 6 – A, 7 – D, 8 – D, 9 – B, 10 – D.


Atualizado em: 04/07/2023 na categoria: Literatura