Análise das cantigas de amor

O conhecimento das cantigas de amor do trovadorismo precisa consistir não apenas na identificação de suas principais características e tipos mas também, e essencialmente, de conseguir identificar as situações em uma cantiga destas de forma prática.

Cantigas de amor

Para que você veja como isso deve acontecer vamos mostrar esta análise com o exemplo a seguir de uma das cantigas de amor feito por Bernardo de Bonaval:

“A dona que eu am’e tenho por Senhor

amostrade-me-a Deus, se vos en prazer for,

se non dade-me-a morte.

A que tenh’eu por lume d’estes olhos meus

e porque choran sempr(e) amostrade-me-a Deus,

se non dade-me-a morte.

Essa que Vós fezestes melhor parecer

de quantas sei, a Deus, fazede-me-a veer,

se non dade-me-a morte.

A Deus, que me-a fizestes mais amar,

mostrade-me-a algo possa con ela falar,

se non dade-me-a morte.”

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Ao ler com atenção para esta cantiga é possível verificar que consiste em uma cantiga de Plang pelo lamento exacerbado que possui, conta com um eu-lírico masculino tendo como principal assunto o seu sofrimento pela mulher que ama mas que não pode ter consigo.

A presença de expressões como “senhor” mostra a situação do amor cortês e impossível tendo o seu ambiente nas cortes portuguesas bem como a figura tão relevante neste momento de Deus, em virtude do teocentrismo da época, que seria o único capaz de oferecer a amada para o eu-lírico sofredor por ela.

Conclusão

Assim, por meio destes exemplos, análises e informações é possível concluir que as cantigas de amor do trovadorismo foram manifestações literárias que relatavam em poesias bem estruturadas a relação de amor impossível e platônico do trovador com uma mulher aristocrata tendo entre suas características sofrimento, amor cortês e menção à idealização da mulher desejada.


Atualizado em: 04/07/2023 na categoria: Literatura